Tratamento da Bulimia - Psicóloga Carolline Miksoz

Carolline Mikosz

É um distúrbio alimentar caracterizado por episódios recorrentes de comer grandes quantidades de comida em um curto período de tempo (orgias alimentares, episódios de comer compulsivo ou episódios bulímicos), seguidos de estratégias inadequadas de evitar o ganho de peso (comportamentos compensatórios), tais como: autoindução do vômito, uso de laxantes e diuréticos e prática de exercícios exagerados. Diferentemente da anorexia nervosa, na bulimia não há perda considerável de peso. O episódio de excesso alimentar é desencadeado por estados de humor disfóricos, estados ansiosos e fome intensa. Ele pode proporcionar distração de pensamentos desagradáveis; pode reduzir sentimentos de tédio, solidão e tristeza (sendo uma forma de se dar prazer, mesmo que de curta duração) ou pode proporcionar alívio do rigor e monotonia da dieta rígida.

Epidemiologia:

Atinge cerca de 1 % da população geral. Tem uma particular incidência na população feminina, calculando-se que 4 % das mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos e cerca de 10 % das mulheres possam sofrer de Bulimia em alguma época da sua vida.

Sintomas:

  • Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos
  • Vômitos autoinduzidos, uso de laxantes e diuréticos para evitar ganho de peso
  • Obsessão por exercícios físicos
  • Alimentação excessiva, sem aumento proporcional do peso corporal
  • Comer em segredo ou escondido dos outros
  • Inflamação na garganta, cáries dentárias, azias
  • Idas frequentes ao banheiro após as refeições
  • Divisão da comida em categorias: boa/segura e em má/perigosa
  • Depressão, mudanças de humor, sensação de descontrole
  • Menstruações irregulares, fraqueza, exaustão, obstipação
  • Vômito com sangue, dores musculares e câimbras
  • Sentimento de ter excesso de peso sem fundamento

Causas:

Encontram-se fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais como determinantes para o surgimento deste distúrbio. A ênfase cultural na aparência física pode ter um papel importante. Problemas familiares, baixa autoestima e conflitos de identidade também são fatores envolvidos no desencadeamento desses quadros.

Como se desenvolve?

O medo de engordar é o sentimento motivador de todo o quadro. Ocorrem episódios de comer compulsivo, acompanhados por uma sensação de falta de controle sobre o ato e, às vezes, feito secretamente. Os Bulímicos consomem grandes quantidades de comida e podem chegar a 20.000 calorias de uma só vez. Podem comer em qualquer lugar de 2 a várias vezes ao dia. Na sequência vêm os comportamentos direcionados ao controle de peso que incluem jejum, vômitos autoinduzidos, uso de laxantes, diuréticos, e exercícios físicos exagerados. Pela vergonha que sentem de seus sintomas, evitam comer em público ou frequentar lugares como praias e piscinas onde precisam mostrar o corpo. À medida que a doença vai se desenvolvendo, essas pessoas só se interessam por assuntos relacionados à comida, peso e forma corporal. Pode surgir como uma variante da Anorexia Nervosa, desenvolvendo o indivíduo, nestes casos, um impulso irreprimível para ingerir alimentos de forma compulsiva como resultado de períodos prolongados (meses ou anos) de dietas irracionais e privação alimentar. Instala-se um conflito interior e um sentimento de culpa que leva então à indução de vômitos ou a outras formas de purga. Não é fácil descobrir uma pessoa que sofre dessa doença, pois indivíduos com a Bulimia parecem perfeitamente normais e estão dentro da faixa ideal de peso ou um pouquinho acima do ideal e fazem tudo em segredo e jamais assumem seu estado.

Hiperfagia:

É um episódio em que o indivíduo com bulimia tem ataques de excesso alimentar, incluindo na maioria das vezes doces e alimentos com alto teor calórico, tais como sorvetes ou bolos. A hiperfagia não é uma resposta de fome exagerada, mas de depressão, estresse e assuntos relacionados à autoestima. Durante esse episódio o indivíduo experimenta perda de controle, seguida de uma calma repentina. Essa calma é sempre seguida de raiva de si mesmo. O ciclo de comer e induzir o vômito se torna uma obsessão e pode se repetir com frequência.

A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa, incluindo psicoterapia individual, farmacoterapia e abordagem nutricional em nível ambulatorial. As técnicas cognitivo-comportamentais têm se mostrado muito eficazes, assim como medicações antidepressivas para o controle dos episódios bulímicos.

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